Ao longo do ano de 2015 e também neste início de ano o Brasil está passando por um momento turbulento em sua economia e também na política, gerando efeitos muito impactantes na sociedade e em todos os segmentos do mercado.
 
Os indicadores econômicos, de desemprego, inflação, várias empresas fechando, juros elevados... nos mostram tendências negativas para os próximos meses de 2016.
 
Todo este ambiente negativo vem gerando muitos problemas no andamento da economia, afastando os investidores, baixa nas bolsas e elevação do dólar e elevação dos preços. Já não estávamos mais ambientados com a inflação!
 
Mas gostaria de falar de um segmento em especial. E que tem uma representatividade muito significativa no Estado do Rio Grande do Sul. Este segmento é o de máquinas e equipamentos agrícolas. E também farei uma análise em relação à Cadeia de Fornecedores evolvidos com o segmento de máquinas e equipamentos agrícolas.
 
Atualmente no Rio Grande do Sul temos duas das três maiores fabricantes de máquinas agrícolas, onde são fabricados Tratores, Colheitadeiras, Plantadeiras, dentre outros produtos destinados ao segmento agrícola. Sendo que cada fábrica possui aproximadamente 1.500 empregados diretos e muitos fornecedores que abastecem sua produção com componentes e conjuntos que são montados gerando os produtos finais das empresas.
 
Estas empresas se apoiam muito em relação a financiamentos e também benefícios proporcionados por políticas governamentais. E com a turbulência em que o governo vem passando, seja a nível nacional e estadual, todos os apoios financeiros, linhas de crédito e benefícios financeiros foram praticamente reduzidos a zero. E consequentemente ocorreu a retração do mercado, tendo um efeito direto na produção das montadoras. Ocasionando férias coletivas, demissões e também estratégias de redução de horas trabalhadas atreladas a redução de salário dos funcionários.
 
Estas ações tem uma previsão de se alongarem até o início do segundo semestre de 2016, impactando muito em relação a cadeia de fornecedores.
 
E falando em fornecedores para montadora de máquinas agrícolas, nos deparamos em diversos casos em que estes fornecedores possuem as montadoras como os seus principais clientes. Esta estratégia é muito arriscada quando estamos atuando em um mercado com sazonalidade, como é o mercado de máquinas e equipamentos agrícolas.
 
Com a queda do mercado, certamente os fornecedores tiveram a necessidade de redução da sua estrutura para que suas atividades ainda tenham continuidade. Mas como muitas empresas não estão saldáveis financeiramente, principalmente pelo endividamento em relação a compra de máquinas operatrizes, não resistem a queda de produção e são obrigados a tomar a decisão de fechar suas atividades.
 
A estratégica que os fornecedores devem tomar para minimizar o efeito da crise é buscar diversificar o seu mercado de atuação, buscando clientes de outros segmentos e também uma quantidade que permita dar continuidade nas suas atividades, mesmo que um determinado segmento tenha sazonalidade e ou esteja sentindo mais significativamente os efeitos da crise é importantíssimo a diversificação da sua carteira de clientes. E é claro que as tomadas de ação para redução de despesas certamente são necessárias para buscar o equilíbrio financeiro e poder passar por este momento turbulento. Mas é necessário buscar novas oportunidades para sobreviver neste momento.