O Brasil é um país de contrastes. Temos uma miscigenação de raças, riquezas naturais, 8 mil quilômetros de praias, um potencial turístico sem precedentes, um povo alegre e admirado em todo o mundo. Porém nem tudo são flores. Temos também muitas mazelas. Uma parte grande da população é muito pobre, nossos índices de vítimas de trânsito estão entre os maiores do mundo, existe muito desemprego, a carga tributária é uma das mais altas do mundo, e assim por diante.
Tudo isto está prá lá de referenciado e as vezes alguns fazem questão de esquecer.
Mas apesar de tudo e devido mais a sorte do que ao juízo estamos a salvo de terremotos e de tsunamis.
A alguns meses assistimos espantados o que aconteceu no Chile e no início do ano a tragédia no Haiti.
Não existe economia no mundo por mais estruturada e saudável que esteja que possa suportar situações desta magnitude sem sofrer sérios danos.
Aproveitando estes dois exemplos podemos fazer algumas comparações. O Haiti é um país muito pobre e onde a prevenção de catástrofes desta magnitude praticamente não existe. Já o Chile possui uma outra estrutura com um sistema de controle e prevenção bem maior. Acredita-se que milhares de vidas foram salvas no Chile porque minutos antes as pessoas foram avisadas para esvaziarem os prédios. Lá existe um rigoroso e obedecido código de construção civil. A rede de sismólogos é a maior do mundo. O sistema de saúde está pronto para atender a este tipo de emergência. As crianças são ensinadas a como agir em caso de terremotos.
No Chile as pessoas estavam preparadas, devido a competência do povo e do governo. No Haiti as pessoas foram pegas de surpresa devido a incompetência e ao descaso. O resultado é que no Haiti a quantidade de vítimas foi muito maior do que no Chile. Eliminando-se as diferenças pelo fato do terremoto ter sido mais forte no Haiti, ainda sim, resta analisarmos pelo ponto de vista do preparo e da competência.
Transportando esta situação para a nossa realidade ficamos pensando o que seria de nós e de nossas empresas caso uma situação desta magnitude nos atingisse. Quantas empresas sobreviveriam? O que seria de nossos empregos no dia seguinte?
Se não conseguimos ter saúde e segurança satisfatórias com a terra firme, imagine tudo isto balançando? Temos históricos recentes de prédios caindo sem a terra tremer, imaginem então se tremesse?
Não precisamos deixar acontecer para termos uma atitude positiva e preventiva. Como empresas e como cidadãos devemos agir para buscarmos o que melhor pudermos obter.
Se existe legislação, vamos cumpri-la e exigir que cumpram. Se a carga tributária é alta, vamos cobrar retorno. Se pagamos o preço pelo produto, vamos exigir qualidade. Se recebemos nosso salário, vamos justificá-lo trabalhando da melhor forma possível. Se desejamos sempre o melhor, vamos fazer e exigir o melhor.
Olhando no curto prazo estas atitudes parecem não fazer muito diferença, mas quando tudo isto passa a fazer parte da cultura sendo passado de pai para filho, temos um país bem melhor.
Esperamos que nosso país continue livre de grandes catástrofes naturais porém precisamos trabalhar, e isto depende só de nós, para nos livrarmos de nossas grandes e conhecidas catástrofes nacionais.
Colaboração: Antonio Andrade