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A terceirização a partir dos anos 90 transformou o mercado brasileiro, assim como as atividades e estruturas dentro de muitas empresas. Antes desta década era normal apenas terceirizar serviços esporádicos ou específicos para empresas especializadas, para os quais não era viável manter uma equipe própria.

Mas nota-se que nos últimos anos muitas empresas direcionaram sua atenção para a sua atividade principal, ou seja, sua atividade fim, buscando na terceirização a execução de suas atividades auxiliares, gerando através desta nova convivência, novas experiências para os dois lados.

Esta nova convivência também trouxe junto novos papéis: de um lado a contratante, que antes era a executora, agora assume o papel de supervisora, buscando sempre a economia sem o prejuízo da qualidade. E por outro lado a contratada tentando entregar ao cliente aquilo que foi vendido utilizando os seus recursos disponíveis.

Nesta nova forma de terceirização com a contratação de mão de obra para substituição de funcionários, com a intenção de racionalizar as atividades e redução de custos, principalmente nas atividades de rotina, optou-se na grande maioria das vezes, pelo incentivo aos funcionários criarem suas próprias empresas, mantendo assim a disponibilidade do know-how dos ex-funcionários.

Atualmente, principalmente na área de manutenção, existe a presença de grandes empresas, sendo a maioria delas multinacionais, que absorveram em um contrato só todas as atividades, que antes eram pulverizadas para várias pequenas empresas, são os chamados contratos globais, ora contratados apenas com a venda de HH (homemxhora), ora contratados por performance, ou seja, baseados em indicadores.

Que por um lado facilitou a parte supervisora, pois pode concentrar sua atenção à apenas um fornecedor. Mas estes contratos globais normalmente tem a duração de 2 a 3 anos, podendo ser renovado ao término de cada período, desta forma invariavelmente é apenas neste momento que a parte supervisora efetivamente consegue atuar.

E como a parte supervisora que negocia com a empresa terceira, normalmente desconhece de uma forma mais especifica o que esta comprando, tende a visar muito mais a redução de custos. Então se por um lado temos a contratante pressionando para reduzir o valor do contrato sem a perda de qualidade, por outro temos a contratada reduzindo o seu principal recurso, que são as pessoas, prometendo manter a mesma qualidade. A conta é bem simples: 10% de desconto é igual a 10% de redução de gastos com pessoal.

Este tipo de negociação dependendo do lado, o qual se está inserido, sempre aparecerá como um “ganha-perde”, ou seja, um lado sempre achando que está levando vantagem sobre o outro, mas entendo que esta forma de conduzir o negócio é muito prejudicial para as duas partes, e com o tempo mostrará que é uma negociação “perde-perde”. Negociações mais efetivas não visam ganhos pontuais e imediatos e a construção da “parceria” é muito importante neste tipo de convivência.

Sendo assim o elemento da produtividade, que está muito mais presente no negócio fim e, por vezes, esquecido ou desconsiderado nas áreas auxiliares, é de grande valia, tanto para quem irá dimensionar a equipe, quanto para quem irá contratar. Algumas empresas de grande porte no ramo petroquímico vem se antecipando as contratadas e medindo a produtividade dos seus terceiros, a fim de pressioná-las, no momento de renegociação de contrato, a redução dos valores contratuais, ou seja, na verdade a contratante corretamente não admite pagar os custos da ineficiência da contratada. Raras são as empresas prestadoras de serviço, que estão se antecipando e medindo suas equipes.

Existem inúmeras formas de realizar este mapeamento da produtividade, que apresentam um resultado satisfatório, mas que muitas vezes geram dados insuficientes para nortear alguma ação mais efetiva, desta maneira a ferramenta MOI (Método de Observações Instantâneas), através da observação fotográfica , onde registra-se as situações em categorias de amostragem pré-estabelecidas, já alinhado com o Lean por considerar, assim como o OEE (Eficácia Global do Equipamento) os três elementos da produtividade: Utilização X Desempenho X Qualidade, fornece dados mais claros e consistentes.

Esta ferramenta é de grande valia e de ampla aplicação. Pode ser aplicada no ramo da construção civil, equipes de manutenção em geral, equipes de limpeza em geral, equipes de jardinagem, equipes de reposição em supermercados, equipes de logística, etc...

Em um mercado cada vez mais crescente, como a prestação de serviços, estar atento a produtividade de suas equipes, identificando e quantificando os fatores de perda de tempo que reduzem a utilização efetiva de seus recursos, é a chave para se manter competitivo e cada vez mais atuante no mercado.

Colaboração: Everton Silva